Sobre o LabChina

Baseado no Instituto de Economia e no Programa de Pós-Graduação em Economia Política Internacional (PEPI), ambos da UFRJ, o LabChina congrega pesquisadores nas áreas de economia, ciências sociais, relações internacionais e história que investigam o processo de desenvolvimento socioeconômico da China sob vários prismas teóricos críticos, incluindo teorias críticas de economia política internacional, abordagens de longa duração, teorias marxistas, estruturalistas, institucionalistas e afins.

Publicações Recentes:

Do campesinato ao exército industrial de reserva: proletarização e determinação salarial na China 

Esther Majerowicz

Em “A China no Capitalismo Contemporâneo

Na virada do século XXI, o “preço chinês” tornou-se um preço-chave na economia capitalista mundial. Conforme a produção manufatureira mundial crescentemente foi sendo concentrada na China, as baixas taxas de salários em dólares, que sustentavam a competitividade das exportações do país, tornaram-se centrais para os cálculos capitalistas de lucratividade. Essa centralidade manifestou-se no enorme volume de relatórios e artigos tentando explicar e prever a trajetória dos salários na China desde meados dos anos 2000, quando os salários começaram a subir (….) Visto que Marx provê uma teoria na qual o excedente de trabalho é inerente à acumulação capitalista, considerando também os determinantes políticos à determinação salarial, o presente capítulo tem como objetivo oferecer uma interpretação, baseada nas ideias de Marx, da determinação salarial na China pós-reformas e uma explanação sobre a formação do Exército Industrial de Reserva chinês.

Mais sobre o livro aqui:

https://expressaopopular.com.br/livraria/a-china-no-capitalismo-contemporaneo/

A Moeda Digital Chinesa: Um Confronto com o Poder Estrutural do Dólar?

Alba Boaventura, Isabela Nogueira e Bruno de Conti

Conjuntura Austral

O pioneirismo da China na criação de uma moeda digital emitida pelo Banco Central (CBDC na sigla em inglês) abre inúmeras perguntas sobre suas implicações para a dinâmica de poder mundial. Neste contexto, o objetivo deste artigo é analisar de quais maneiras o renminbi digital (e-CNY) pode representar uma ameaça ao poder estrutural do dólar no sistema internacional e discutir seus principais limites. Recorremos ao arcabouço conceitual do poder estrutural do dólar para a hegemonia estadunidense. Este artigo argumenta que o lançamento do e-CNY pode fornecer no longo prazo um novo ímpeto à internacionalização do renminbi para ascender na hierarquia monetária internacional via sua promoção nos pagamentos regionais, sobretudo no setor de e-commerce. No entanto, isso não afeta a posição estrutural do dólar no curto prazo porque os limites para uma expansão expressiva do e-CNY no Sistema Monetário Internacional continuam sendo muito significativos.

Continue em: https://seer.ufrgs.br//index.php/ConjunturaAustral/article/view/127669

Vídeos:

Do Panda ao Dragão: Uma Análise das Ações e Reações Marítimas da China no Leste do Mar da China desde 2012 e Suas Implicações

Alana Camoça Gonçalves de Oliveira

Contexto Internacional

No século 21, a ascensão da China está mudando os cenários geopolíticos globais e regionais. Diante do seu crescimento e do medo de ser percebida como uma ameaça, a China buscou associar sua emergência econômica e política à preservação do atual sistema internacional, enfatizando em seus discursos o desenvolvimento pacífico e o mundo harmonioso como um ator que quer crescer e acomodar a ordem mundial. No entanto, com as mudanças no equilíbrio de poder e com sua contínua ascensão, o comportamento da China em sua região, especialmente em relação às disputas marítimas, vem mudando e afetando as percepções de outros países. Aplicando o Realismo Neoclássico, este artigo analisa a política externa chinesa no século 21, elucidando seu comportamento em relação à disputa pelas ilhas Senkaku/Diaoyu, suas ações e reações e mostrando, assim, as percepções de outros países. O artigo conclui que as percepções sobre o equilíbrio de poder, as capacidades chinesas, o nacionalismo, a legitimidade do regime e as imagens de liderança afetam a intensidade das respostas de Pequim e sua política externa em relação a suas disputas territoriais marítimas.

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The role of the State on foreign direct investment regulation in China

Paula Carvalho e Isabela Nogueira

Brazilian Journal of Political Economy

Este artigo pretende corroborar o argumento defendido por economistas heterodoxos como Akyüz, Chang e Furtado de que a regulação estatal é fundamental para extrair eventuais benefícios dos investimentos diretos no país (IDP). Fazemos isso analisando as políticas usadas pela China desde sua abertura para este tipo de investimento em 1979. O artigo inova ao examinar as principais leis, regulamentos e catálogos de orientação do IPD na China que forneceram a estrutura formal sob a qual empresas estrangeiras operaram no país por quase 40 anos. Em seguida, confrontamos  a visão tradicional de que a China se desenvolveu simplesmente porque abriu cada vez mais seu mercado e adotou um modelo de crescimento liderado pelo investimento estrangeiro. E argumentamos que foi por causa da forte regulação que o IDP teve um efeito positivo, contribuindo para a transferência de tecnologia e a expansão do comércio – sem, no entanto, definir a taxa de acumulação de capital.

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