DESIGUALDADES EM EDUCAÇÃO CEDE


Atratividade da carreira docente no Brasil

Evidências indicam que não há sistema de educação de boa qualidade sem bons docentes, e não os há se a carreira docente não for atrativa. Neste projeto, inicialmente enfrentamos as tarefas não triviais de definir o que é um sistema de educação de boa qualidade e o que é um bom professor. Em seguida, traçamos perfis dos professores da Educação Básica brasileiros e os comparamos aos de outros países. Passamos em revista as tentativas de sistematização teórica do tema da atratividade da profissão docente feitas por economistas da educação mundo afora, envolvendo, elementos de oferta e demanda de professores, fatores monetários que contribuem para atrair e reter professores, ou para desmotivá-los e repeli-los (custos de formação, salário, carreira, estabilidade e aposentadoria), bem como fatores não-monetários (vocação, missão, experiências, conciliação carreira-família e condições de trabalho). O passo seguinte é confrontar os ensinamentos internacionais com a situação concreta do Brasil, por meio de dados coletados em uma pesquisa de campo realizada em 2015 representando um universo de 300 mil concluintes de licenciaturas, e por meio de dados secundários (ENEM, ENADE, análise de pesquisas domiciliares realizada pela Profissão Docente/Oppen Social). A seguir, estudam-se experiências latino-americanas, recentes reformas da carreira de professor da Educação Básica, e estados e municípios brasileiros. Por fim, pretende-se apontar premissas e diretrizes centrais para a elaboração de uma política salarial e um plano de carreira que leve em conta todos os aspectos estudados ao longo de todo o projeto.

Pesquisadores: Fábio Waltenberg.

 

Qualidade, regulação e financiamento da educação superior 

A qualidade da educação superior é tema que merece ser abordado, a exemplo da qualidade de qualquer atividade, processo, serviço ou produto provido ou regulado pelo setor público. É oportuno, contudo, refletir sobre as razões específicas pelas quais é importante tornar a qualidade da educação superior um objeto de estudo, tomando por base alguns marcos conceituais da ciência econômica. Não há uma única visão do sentido e do propósito da educação superior, o que dificulta a definição do que é qualidade nesse campo e de como medi-la. Estabelecidos os distintos propósitos, a etapa seguinte consiste em resolver questões conceituais e práticas: como definir qualidade da educação superior? Qualidade para quem? Como medir as diferentes dimensões da qualidade? Por fim, princípios ideais de mensuração não são necessariamente seguidos na prática, visto que, ao redor do mundo e no Brasil, tal tarefa é apoiada em rankings ou instrumentos de regulação e avaliação oficiais, permeados de deficiências e limitações. Essas medições – imperfeitas – têm consequências práticas muito importantes, pois afetam as instituições de várias formas, por exemplo, por meio de seu status ou de regras de financiamento. Este projeto de pesquisa procura contribuir para a sistematização dessas reflexões.

Pesquisadores: Fábio Waltenberg.

 

Determinantes da evasão escolar no ensino superior: um estudo para a UFF e para a Economia 

O objetivo do projeto é analisar aspectos que influenciam a evasão do ensino superior e as diferenças existentes entre os grupos de alunos, considerando as formas de organização dos cursos e algumas características dos alunos. Este estudo se utilizará de modelos econométricos de sobrevivência e de dados do Censo da Educação Superior.

Pesquisadores: Danielle Carusi Machado (UFF); Eduarda Oliveira Rodrigues; Jesus Alexei Luizar Obregon (UFF).

 

Determinantes das taxas de cesariana: Brasil e França 

O objetivo é analisar de forma comparativa os sistemas de saúde do Brasil e da França no que tange às políticas de nascimento existentes. Busca-se compreender aspectos relativos à operacionalidade dos sistemas de saúde, no sentido de explicar diferenças existentes em termos de nascimentos, pois sabemos que no Brasil a taxa de partos normais é inferior à de outros países desenvolvidos, como a França.

Pesquisadores: Danielle Carusi Machado (UFF); Carine Milcent (PSE/França); Matias Mrenjen.

 


Instituto de Economia da UFRJ Avenida Pasteur, 250, Palácio Universitário.