Padrões de Comércio Internacional
Padrões de comércio internacional e fragmentação internacional da produção
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.05.00-2 Economia Internacional
6.03.05.01-0 Teoria do Comércio Internacional
6.03.05.02-9 Relações do Comércio; Política Comercial; Integração Econômica
6.03.07.02-1 Mudança Tecnológica
6.03.07.01-3 Organização Industrial e Estudos Industriais
Introdução
A fragmentação vertical da produção, aliada a outros fatores institucionais e econômicos, vem alterando a organização internacional da produção e do comércio, com impactos sobre a forma e as potencialidades da inserção internacional dos países. A análise dessas mudanças comporta diversas dimensões. A primeira delas consiste no exame dos fatores determinantes destas mudanças. Diversos fatores tecnológicos, institucionais e econômicos influenciam na conformação do sistema produtivo e comercial global, caracterizado pelo surgimento e expansão das cadeias globais de valor (CGV, ou redes internacionais de produção e comércio) e condicionam o tipo de inserção dos países, assim como suas possibilidades de evolução (upgrading) ao longo das cadeias. Uma segunda dimensão, relacionada a primeira, consiste na caracterização dos padrões de inserção dos países nas CGV. Ademais, há outra dimensão de cunho metodológico. As mudanças produtivas e comerciais, caracterizadas por uma forte internacionalização da produção, requer o uso de métricas que sejam capazes de refletir a interação entre os parques produtivos nacionais por meio da análise baseada em matrizes insumo-produto internacionais. A quarta dimensão consiste nos efeitos da inserção internacional dos países, com especial destaque para os efeitos da dinâmica do sistema produtivo e da divisão internacional do trabalho na competitividade da indústria brasileira, no processo de aprendizado e catching-up tecnológico, assim como no mercado de trabalho e na distribuição de renda. A quinta dimensão está relacionada à análise normativa, seja ela concernente ao estudo das diversas políticas (industriais, comerciais e de inovação) neste contexto de fragmentação, seja ela associada às iniciativas de integração regional ou de negociações internacionais. Vale assinalar que parte relevante dos estudos desta linha de pesquisa analisa a inserção da economia brasileira, em especial, de sua indústria de transformação
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
- Estudos sobre a estrutura e padrão de comércio, com recortes setoriais e geográficos variados.
- Análises do posicionamento dos países nas redes globais de produção (características, determinantes e consequências);
- Estudos sobre os Padrões de especialização, upgrading e efeitos da inserção às cadeias globais e regionais de valor;
- Avaliações da política comercial e sua interação com as políticas industrial e de inovação;
- Estudos das alterações nas políticas públicas decorrente do aprofundamento da fragmentação da produção e da difusão das tecnologias disruptivas;
- Impactos das novas tecnologias disruptivas sobre os padrões de comércio e produção assim como sobre o mercado de trabalho;
- Avaliações empíricas da política comercial brasileira – inclusive em sua dimensão regional.
Abordagens utilizadas
As abordagens estruturalista e evolucionária são os principais referenciais teóricos das pesquisas realizadas nesta linha, porém, elas são complementadas com elementos de outras matrizes teóricas e analíticas para a análise das CGV. Em termos metodológicos, abrangem tanto análises qualitativas quanto quantitativas, que fazem o uso de técnicas de insumo-produto e de análise estrutural (método de decomposição estrutural, análise de trajetória estrutural, indicadores de complexidade estrutural), além de ferramentas de análise de redes e econométricas.
Crescimento Econômico
Crescimento econômico, restrição externa e produtividade
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.04.00 Crescimento, Flutuações e Planejamento Econômico
6.03.05.03 Balanço de Pagamentos; Finanças Internacionais
Introdução
O crescimento é um aspecto fundamental do processo de desenvolvimento econômico, provendo as bases materiais para a expansão do padrão de vida da população. Nessa linha, são pesquisados tanto modelos de crescimento liderado pela demanda quanto modelos crescimento sob restrição de oferta. Na abordagem do crescimento liderado pela demanda, considera-se central o papel da demanda agregada na promoção do crescimento, sendo o limite mais relevante ao processo de crescimento a restrição externa. Tal característica tem como origem uma assimetria fundamental no sistema monetário e financeiro internacional, oriunda da posição privilegiada do país emissor da moeda aceita internacionalmente. Para os países não emissores da moeda-chave internacional, saídas líquidas de divisas não são sustentáveis de maneira prolongada. Os processos de crescimento, que incluem mudanças profundas na estrutura produtiva, estariam, portanto, limitados pelo potencial de geração de divisas de um país. Internamente, os condicionantes ao crescimento estão relacionados ao conflito distributivo e às características das políticas econômicas, incluindo as políticas monetária e fiscal, na medida em que essas afetam o nível de demanda agregada. De outro lado, nos modelos de crescimento sob restrição de oferta, os determinantes imediatos da taxa de crescimento da economia estão relacionados com os fatores que influenciam diretamente a evolução da disponibilidade dos fatores de produção e da produtividade e eficiência associada ao emprego dos mesmos. Entre os determinantes mais fundamentais encontram-se os fatores e padrões institucionais que podem influenciar os determinantes imediatos do crescimento sob restrição de oferta.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
. estudos acerca do modelo do supermultiplicador, incluindo a comparação crítica aos modelos alternativos
. estudos sobre o impacto da existência de fluxos de capitais para a restrição externa no arcabouço modelos de crescimento restritos pelo balanço de pagamentos
. análise do conflito distributivo e da dinâmica inflacionária em modelos de crescimento liderado pela demanda
. modelos de crescimento baseados na noção de sistemas complexos evolucionários, enfatizando a natureza endógena de ciclos e do crescimento econômico
. formulação e utilização de modelos multissetoriais, que integram os modelos de crescimento à análise de insumo-produto
. macroeconomia da política fiscal, em estudos teóricos e/ou aplicados ao Brasil, com ênfase na relação dos regimes fiscais ao crescimento econômicos e às desigualdades
. aplicação de equilíbrio geral e teoria dos jogos para a análise de problemas macroeconômicos
Abordagens utilizadas
As abordagens de pesquisa utilizadas nessa linha são diversas, englobando modelos teóricos agregados simples, modelos multissetoriais complexos, modelos micro-macro de simulação numérica e modelos de equilíbrio geral com teoria dos jogos aplicada à macroeconomia. Também se utilizam abordagens empíricas, como a aplicação de técnicas relacionadas às matrizes de insumo-produto e técnicas econométricas.
Demanda Efetiva
Demanda efetiva, conflito distributivo e política macroeconômica
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
60303000
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Economia Monetária e Fiscal
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60304030
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Flutuações Cíclicas e Projeções Econômicas
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60304049
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Inflação
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Introdução
A Macroeconomia da Demanda Efetiva parte da ideia que os gastos agregados, medidos aos preços de oferta, determinam o nível de produto de uma economia, que pode ser distinto do produto potencial ou de pleno emprego. Alguns modelos estendem tal análise para o longo prazo, analisando os possíveis efeitos da Demanda Efetiva sobre a capacidade produtiva. Nesse sentido, ganha grande importância o papel da política macroeconômica – monetária e fiscal – pois esta é um dos importantes determinantes do nível de demanda agregada, de produto, emprego, inflação e distribuição funcional da renda. Também é importante a avaliação de custos e limites das políticas macroeconômicas, inclusive em contexto de economia aberta. Por fim, por se tratar de uma economia que não necessariamente tende ao pleno emprego, ganha grande importância as análises de inflação de custo e do conflito distributivo (que é justamente aquela que pode ocorrer antes da economia apresentar inflação de demanda devido à restrição de oferta/escassez), bem como os impactos dos preços influenciados pela política econômica – juros, câmbio, administrados – sobre a inflação.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
. Estudos teóricos e empíricos acerca dos impactos das políticas macroeconômicas sobre o produto e a capacidade produtiva;
. Estudos teóricos e empíricos sobre os determinantes da inflação e da evolução dos salários;
. Impacto das políticas macroeconômicas sobre a inflação e a distribuição funcional da renda: Estudos teóricos e empíricos;
. Estudos teóricos e empíricos sobre os componentes da demanda agregada: Consumo, Investimento, Exportações;
. Impactos da Economia Aberta sobre o nível do produto, a inflação e a autonomia das políticas macroeconômicas: Estudos teóricos e empíricos;
Abordagens utilizadas
A linha de pesquisa descrita acima comporta diferentes abordagens: i) elaboração e utilização de modelos teóricos agregados ou desagregados por setores institucionais e atividades econômicas, ii) estudos de caráter histórico, e iii) estudos quantitativos, que fazem uso intensivo de técnicas estatísticas e econométricas, principalmente séries temporais.
Economia Monetária de Produção
Economia monetária de produção, sistema financeiro e fragilidade financeira
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.03.00 Economia Monetária e Fiscal
6.03.04.00 Crescimento, Flutuações e Planejamento Econômico
Introdução
A linha de pesquisa se propõe a avaliar o papel das atividades financeiras e do sistema financeiro como condicionante do processo de desenvolvimento e da dinâmica econômica. As pesquisas nessa área partem do diagnóstico comum a Keynes e a muitos pós-keynesianos de que a economia capitalista é uma economia monetária da produção. Segundo essa caracterização, a moeda e as finanças são elementos centrais na dinâmica econômica, podendo influenciar a determinação do produto, do emprego, dos ciclos e das crises econômicas, do crescimento e, em última instância, do desenvolvimento das nações. Em particular, destacam-se o papel central do sistema financeiro como motivador de decisões e como regulador das atividades de financiamento na economia. Os estudos dessa linha de pesquisa têm natureza ampla, mas, em geral, analisam-se o funcionamento e regulação do sistema bancário e financeiro, os impactos das inovações financeiras, tópicos teóricos de economia monetária, os canais de transmissão e grau de efetividade das políticas monetárias, as interações entre as esferas real e financeira da economia, o processo de formação de redes a partir das interações financeiras entre os agentes, o papel do endividamento nos ciclos e crises econômicas e a instabilidade financeira das economias capitalistas.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
. estudos sobre os sistemas financeiro e bancário, seus papéis no financiamento da economia e análise de suas eficiências e deficiências em diferentes pontos do tempo e do espaço
. estudos sobre a regulação do sistema financeiro e as formas de lidar com sua pró-ciclicidade
. análise e caracterização dos regimes monetários, especificidades das economias periféricas, assimetrias monetárias e políticas monetárias não convencionais
. estudos dos mecanismos de transmissão da política monetária e possíveis assimetrias de transmissão nos momentos de contração e expansão monetária
. estudos sobre o papel do endividamento privado na dinâmica macroeconômica e as relações entre endividamento privado e endividamento público
. estudos sobre a instabilidade financeira, ressaltando o papel da heterogeneidade de agentes e dos balanços patrimoniais para a emergência de instabilidade
Abordagens utilizadas
As abordagens utilizadas nessa linha de pesquisa podem ser analítico-descritivas, baseadas em modelos micro-macro de simulação numérica (inclusive agente based models - ABM) e do tipo “stock-flow consistent” (modelos SFC) ou ainda em enfoques mais empíricos, seja usando estudos de caso, análises histórico-institucionais ou análise estatística e econométrica. As pesquisas podem enfocar tanto aspectos micro quanto macroeconômicos.
Economia Política
Economia política e história do pensamento econômico
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.01.02 Teoria Geral da Economia
6.03.04.01 Crescimento e Desenvolvimento Econômico
Introdução
A área de Economia Política parte da ideia de que as questões econômicas devem ser analisadas à luz das múltiplas relações de poder existentes na sociedade, mesmo quando se analisam questões que se limitam, aparentemente, à esfera econômica. Também se considera que o estudo da história do pensamento econômico (HPE) é instrumento fundamental para o estudo de teoria econômica em si e para a configuração de referências teóricas voltadas ao exame de experiências históricas de desenvolvimento. Especificamente, a linha de pesquisa enfatiza a economia política clássica, o pensamento estruturalista latino-americano, incluindo o brasileiro, e as críticas contemporâneas à teoria neoclássica. São pontos centrais dessa linha de pesquisa a noção de que a determinação dos preços relativos se dá pelas condições técnicas de produção e pelos mecanismos de distribuição vinculados ao conflito distributivo, a crítica ao princípio da substituição neoclássico e a formulação de teorias combinando o conceito de excedente proveniente da economia política clássica ao princípio da demanda efetiva. Em linhas gerais, tais princípios são também aplicados à análise de experiências de desenvolvimento econômico, em especial as experiências latino-americanas.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
. estudos sobre a história do pensamento econômico brasileiro
. estudos sobre a história do pensamento econômico cepalino
. estudos teóricos sobre o problema da transformação de valores em preços, sobre a gravitação dos preços em torno dos preços normais e sobre a determinação dos preços relativos e da distribuição
. estudos sobre a história do pensamento econômico clássico, como fisiocratas, Smith, Ricardo e Marx
. estudos empíricos sobre os determinantes das rendas de propriedade, como a renda da terra
. estudos sobre os padrões de investimento e de transformação estrutural nos países emergentes
. análise das políticas econômicas sobre o desenvolvimento brasileiro, incluindo seus condicionantes internos e externos
Abordagens utilizadas
As abordagens utilizadas nessa linha de pesquisa são, em geral, analíticas e descritivas, valendo-se da HPE como forma de avançar a teoria econômica e do estudo de elementos particulares da vida dos autores, como a fim de ajudar na compreensão de sua obra. No caso particular dos estudos das experiências históricas de desenvolvimento, são utilizados estudos de caso e estudos empíricos.
Estrutura Produtiva
Estrutura produtiva, concorrência e inovação
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
Economia Industrial (6.03.07.00-5)
Organização Industrial e Estudos Industriais (6.03.07.01-3);
Mudança Tecnológica (6.03.07.02-1)]
Introdução
A área de Estrutura produtiva, concorrência e inovação engloba estudos que têm como objeto de análise firmas, setores ou o conjunto das atividades produtivas associadas à indústria brasileira e de países selecionados (inclusive serviços, infra-estrutura e indústria extrativa), com destaque para a análise das relações intersetoriais. Nesta linha, o processo de mudança estrutural da economia brasileira e de países selecionados é investigado principalmente em suas dimensões produtiva e inovativa. Os estudos desenvolvidos compreendem análises da estrutura da indústria, do padrão e da dinâmica da concorrência dos mercados, da organização e dinâmica dos sistemas nacionais, regionais e locais de inovação, além de questões diretamente associadas às atividades de inovação. A análise da dimensão normativa e a discussão sobre o papel do Estado na promoção da transformação estrutural da economia estão presentes nos estudos e pesquisas desenvolvidos nessa área. Nesse sentido, particular atenção é dada ao desenho e avaliação das políticas de desenvolvimento produtivo, compreendidas como um conjunto de políticas industriais, comerciais, tecnológicas e de inovação que devem ser pensadas de forma articulada e complementar. A área engloba, ainda, análises concorrenciais e regulatórias de mercados e estudos sobre a atuação das agências reguladoras e de política antitruste.
Exemplos de pesquisas conduzidas mais recentemente
- Estudos sobre a evolução da indústria brasileira e de outros países, considerando os padrões de concorrência em vigor em uma economia aberta
- Estudos sobre as mudanças estruturais recentes na estrutura produtiva brasileira e análises aplicadas de insumo-produto
- Análises das políticas industrial, comercial e de inovação voltadas ao desenvolvimento produtivo, econômico e social
- Estudos acerca dos Sistemas de Inovação e de políticas de inovação sistêmica
- Análises da importância da proximidade geográfica, social e cultural, estudos sobre os fluxos de conhecimento e os processos de aprendizado a partir da abordagem de Sistemas e Arranjos Produtivos Locais.
- Estudos acerca da Gestão da inovação, de seu financiamento e da relação universidade-empresa
- Estudos sobre o Complexo Econômico Industrial da Saúde e os determinantes da competitividade da indústria farmacêutica
- Elaboração e análise de Indicadores de Ciência, Tecnologia e Inovação
- Análises concorrenciais de mercados ou setores específicos
- Panorama evolutivo da política de concorrência no Brasil e comparações internacionais
- Avaliação de teorias e métodos aplicados na análise de atos de concentração e de ampla variedade de condutas potencialmente anticompetitivas
- Modelos de organização industrial em termos de abordagens quantitativas envolvendo instrumentais estatísticos e econométricos.
Abordagens utilizadas
Esta linha de pesquisa descrita reúne estudos que usam diferentes abordagens teóricas, com destaque, para os referenciais teóricos evolucionário, estruturalista e neo-estruturalista ou para a Teoria dos Jogos e dos Custos de Transação. Tais estudos são tanto de caráter qualitativo, quanto quantitativo; estes últimos utilizando-se de técnicas estatísticas e econométricas com diferentes níveis de aprofundamento, bem como de técnicas de análises de insumo-produto.
Economia Política
Experiências históricas e a economia política do desenvolvimento socioeconômico
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.01.04-0 História Econômica
6.03.01.01-5 Economia Geral
6.03.04.01-4 Crescimento e Desenvolvimento Econômico
6.03.06.02-5 Mercado de Trabalho; Política do Governo
6.03.07.02-1 Mudança Tecnológica
Introdução
Esta linha de pesquisa propõe avaliar experiências comparadas de desenvolvimento, considerando aspectos contemporâneos da economia política do desenvolvimento socioeconômico, com destaque para a articulação entre Estado e mercado, bem como as relações de poder entre os grupos econômicos dominantes, as classes sociais, os Estados Nacionais e o Sistema Internacional. No contexto das transformações tecnológicas, comerciais e geopolíticas contemporâneas, a linha de pesquisa supracitada articula análises da macroeconomia do crescimento induzido pela demanda com as da economia industrial, incorporando ainda questões do âmbito do mercado de trabalho e da distribuição de renda. Também é importante a delimitação das fronteiras da teoria econômica nas áreas de concorrência e regulação econômica, propondo-se discutir instrumentos teóricos para entender as novas indústrias e seu papel no mundo contemporâneo.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
- História econômica comparada e mudança institucional: aspectos teóricos e estudos de casos;
- Estudos sobre padrões de acumulação, mercado de trabalho e distribuição de renda;
- Estudos sobre padrões de desenvolvimento e estratégias de industrialização;
- Estrutura produtiva e crescimento econômico em economias em desenvolvimento;
- Regimes de crescimento, progresso técnico e distribuição de renda;
- Polos de crescimento e redefinição das relações de poder centro e periferia;
- Distribuição de renda, instituições e estruturas sociais de acumulação desde o pós-guerra;
- Concorrência, regulação econômica e economias de plataforma: história, mercado, regulação e dinâmica institucional;
- Estudos sobre padrões de acumulação, poder e sistema internacional;
- As fronteiras da teoria econômica nas áreas de concorrência e regulação econômica;
Abordagens utilizadas
Os estudos efetuados dentro desta linha de pesquisa utilizam diferentes abordagens: análises histórico-institucionais, estudos de caso específicos e análises de experiências nacionais comparadas. Particular ênfase é dada para as mudanças institucionais em perspectiva histórica e para a evolução dos marcos de regulação econômica e de concorrência.
Teoria dos Contratos
Infra-estrutura, contratos e regulação econômica
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
Teoria Econômica (6.03.01.00-7);
Economia Industrial (6.03.07.00-5)
Introdução
A Teoria dos Contratos estuda o desenvolvimento de arranjos contratuais entre agentes sob a prevalência típica de informação assimétrica entre os mesmos. Com efeito, existem situações em que a parte menos informada se defronta com uma incerteza acerca de certas variáveis exógenas (seleção adversa) ou ainda quando a incerteza se refere a certas variáveis endógenas (perigo moral). Tal arcabouço, bastante genérico, tem aplicação evidente no contexto da regulação econômica e possibilita diferentes tipos de modelos conforme o tipo de informação assimétrica e o grau de comprometimento possível por parte dos agentes envolvidos na relação contratual. A teoria tem enfatizado restrições informacionais, mas não se pode negligenciar restrições políticas e institucionais quando se considera setores regulados de infra-estrutura em casos concretos. De fato, restrições legais e custos de transação para a implementação de contratos e especificidades de ativos em certas relações contratuais podem exigir análises detalhadas de especificidades setoriais caso se pretenda discutir um marco regulatório de um setor e prover recomendações de política.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
. estudos teóricos sobre compartilhamento de risco em modelos com comprometimento limitado
. estudos sobre o desenho institucional e do marco regulatório em setores específicos de infra-estutura (principalmente petróleo, gás e eletricidade)
. cenários para mudanças na matriz energética no Brasil
. estudo sobre a transmissão de preços do atacado para o varejo nos mercados de combustíveis
. estudos sobre as propriedades de incentivo de regimes regulatórios em particular no que tange aos efeitos sobre a eficiência produtiva e sobre a qualidade do serviço em setores regulados
Abordagens utilizadas
Esta linha de pesquisa comporta: i) estudos aplicados mais descritivos, que visam discutir o desenho institucional e as possibilidades de aprimoramento do marco regulatório em setores específicos; ii) estudos quantitativos que consideram fronteiras de eficiência determinísticas e estocásticas em setores regulados e, iii) estudos teóricos em Teoria dos Contratos.
Desenvolvimento Socioeconômico e Ambiental
Mercado de trabalho, desigualdade e desenvolvimento socioeconômico e ambiental
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.02.02 Estatística Socioeconômica
6.03.06.02 Mercado de Trabalho; Política do Governo
6.03.08.00 Economia do Bem-Estar Social
6.03.09.00 Economia Regional e Urbana
6.03.10.02 Economia dos Recursos Naturais
Introdução
Essa linha de pesquisa se ocupa das múltiplas interrelações entre a sociedade, a economia e as diversas formas de políticas públicas. Nela englobam-se tanto pesquisas de caráter mais macro quanto mais microeconômico. Os tópicos estudados vão desde análises mais abrangentes, como a comparação internacional entre os sistemas de proteção social e a relação entre a política social e desenvolvimento, até questões mais específicas, como a avaliação de impacto de determinadas políticas públicas. Entre os tópicos estudados estão a avaliação de programas sociais de combate à pobreza, a relação entre o desenvolvimento socioeconômico e as múltiplas formas de desigualdade, como as raciais e de gênero, a informalidade e seu papel no mercado de trabalho, a mobilidade social e urbana e sua relação com a pobreza, a avaliação de programas associados ao meio ambiente, à saúde e à educação.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
. estudos sobre a financeirização e seus impactos sobre as políticas e assistência sociais, bem como no provimento de bens públicos
. relações entre as políticas sociais, os sistemas de proteção social e o crescimento econômico em experiências históricas recentes
. estudos sobre a evolução e os determinantes das desigualdades salariais e de renda (funcional e pessoal) no Brasil
. Avaliações de políticas públicas sobre o bem-estar social. Inclui a análise dos efeitos das políticas sociais, a avaliação de programas sociais específicos – como, por exemplo, o impacto de programas de transferência de renda, e a avaliação de políticas e programas ambientais.
. estudos empíricos sobre o mercado de trabalho brasileiro: características, evolução e as diversas desigualdades que o caracteriza (gênero, renda, raça).
. estudos empíricos sobre os diversos fatores explicativos do desmatamento no Brasil
Abordagens utilizadas
Esta linha contempla tanto estudos de caráter qualitativo e descritivo quanto estudos com perfil quantitativo, caracterizados pelo uso intensivo de técnicas estatísticas e econométricas.
Economia Brasileira
Economia Brasileira: Estado, interpretações e políticas
Áreas de conhecimento mais diretamente associadas:
6.03.01.04-0 História Econômica
6.03.03.00 Economia Monetária e Fiscal
6.03.04.01-4 Crescimento e Desenvolvimento Econômico
6.03.04.04-9 Inflação
6.03.06.02-5 Mercado de Trabalho; Política do Governo
6.03.07.02-1 Mudança Tecnológica
Introdução
Esta linha de pesquisa se propõe a analisar a evolução histórica da economia brasileira e os seus desafios contemporâneos, buscando integrar as relações entre classes sociais, Estado, política macroeconômicas e de desenvolvimento e inserção internacional. Trata-se de uma linha que dá continuidade a uma tradição do Instituto de Economia da UFRJ de interpretação da economia brasileira e seus desafios. Essa agenda histórica resultou em trabalhos hoje clássicos de professores referências da instituição como Maria da Conceição Tavares, Carlos Lessa e Antônio Barros de Castro. Essa linha se desdobra em múltiplos temas, dentre os quais destacam-se: 1) o esforço de revisitar intérpretes clássicos do Brasil, incluindo não apenas autores clássicos da Economia, mas também outros cientistas sociais que procuraram pensar o Brasil; 2) a análise do papel do Estado no desenvolvimento econômico do Brasil, e suas mediações com os segmentos dominantes, desde o período state-led (1930-80) até o presente; 3) analisar o comportamento da inflação brasileira e a evolução das políticas de estabilização utilizadas no país; 4) discutir e propor políticas de desenvolvimento econômico para o Brasil sob diferentes aspectos, incluindo o regime macroeconômico e as políticas industrial e tecnológica, energética, educacional e social.
Exemplos de linhas de pesquisa conduzidas mais recentemente
- Intérpretes do Brasil: elementos para pensar o Brasil contemporâneo
- O papel do Estado no desenvolvimento econômico do Brasil: tensão, conciliação de classe e “fuga para frente”
- Inflação e políticas de estabilização no Brasil em perspectiva histórica e contemporânea
- Políticas de desenvolvimento econômico para o Brasil
- Estudos sobre a história do pensamento econômico brasileiro
- A crise brasileira contemporânea e a mudança de regime em curso: dimensões econômicas, políticas e institucionais.
Abordagens utilizadas
Os estudos realizados dentro desta linha de pesquisa descrita acima utilizam variadas abordagens que integram a dimensão econômica, a política e a ideológica para interpretação da realidade brasileira. Tais estudos apoiam-se em análises de textos clássicos do pensamento brasileiro; em análises sob a perspectiva histórico-institucional e da crítica da economia política; assim como pode também basear-se na utilização de métodos quantitativos.